O Ministério da Saúde deu início à liberação de mosquitos Aedes aegypti machos e estéreis na aldeia Cimbres, localizada no município de Pesqueira, no agreste de Pernambuco. A ação faz parte de uma estratégia para reforçar o combate às arboviroses, como dengue, zika e chikungunya.
De acordo com a pasta, 50 mil insetos já foram liberados na região. A técnica utilizada impede que os machos, ao se reproduzirem com as fêmeas, gerem novos descendentes, o que contribui para a diminuição gradual da população do mosquito transmissor.
A iniciativa marca o início da aplicação da Técnica do Inseto Estéril por Irradiação (TIE) em territórios indígenas. Nas próximas etapas, está prevista a liberação semanal de mais de 200 mil mosquitos estéreis.
Além da aldeia em Pernambuco, o método também será adotado no território indígena Guarita, em Tenente Portela (RS), e em comunidades indígenas de Porto Seguro e Itamaraju, na Bahia.
O investimento inicial destinado ao projeto é de R$ 1,5 milhão, valor que abrange a produção dos insetos, a logística e o monitoramento da ação. Segundo o ministério, a continuidade e possível ampliação da estratégia dependerão dos resultados obtidos e da avaliação técnica das equipes responsáveis.
Os dados coletados permitirão medir o impacto da técnica na redução dos casos de dengue, zika e chikungunya nas áreas atendidas.
Como funciona a técnica
A Técnica do Inseto Estéril utiliza mosquitos da própria espécie. Em laboratório, os machos passam por um processo de esterilização por radiação ionizante e, posteriormente, são liberados em grande quantidade nas áreas-alvo. Ao acasalarem, não produzem filhotes, provocando a redução progressiva do vetor.
Por não utilizar inseticidas e não representar riscos à saúde humana ou ao meio ambiente, a técnica é considerada adequada para territórios indígenas e áreas de preservação, onde o uso de produtos químicos é limitado ou proibido.
